quinta-feira, 14 de maio de 2009

Convergência e Poder


             "Convergência não significa estabilidade máxima ou unidade. Ela opera como uma força constante pela unificação, mas sempre em tensão dinâmica com a mudança...Não há lei imutável da convergência crescente; o processo de transformação é mais complicado que isso."
        A convergência das mídias assunto discutido em livro por Henry Jenkins, Cultura da Convergência: Novas e Velhas mídias em colisão, mostra também conceitos como cultura participativa e inteligência coletiva. E a direção que damos ao nosso trabalho é relação de poder, mas com outro enfoque. Na realidade o que está a ocorrer é a descentralização do poder midiático, visto que temos acesso cada vez maior a produção de conhecimento.
        O nosso acesso a aparelhos eletrônicos e a meios de comunicação como a internet nos dá um tipo de poder coletivo que de acordo com Jenkins é o poder coletivo que usamos para o ócio, mas em breve estaremos aplicando essas habilidades a propósitos mais "sérios". Em contrapartida quem detêm o poder midiático, que são as indústrias da informação e do entretenimento, tentam se adaptar a convergência  e se manter num futuro de incertezas. No texto o escritor cita a indústria fonográfica que está seriamente prejudicada pela pirataria. O acesso gratuito a músicas na internet estão diminuindo o consumo dos produtos gerados por esse segmento. No futuro o lucro pode vir de gerência de direitos autorais entre outras medidas. 
         Em conferências os grandes produtores discutem uma forma de sobreviver em meio as mudanças e estão se guiando não pelo público, mas pelos cálculos econômicos. Ou seja, os grandes querem manter seus lucros e os consumidores tem cada vez mais consciência e interação com o que é produzido. A avidez da indústria tecnológica por lucros pode ter dado esse poder de forma definitiva para o público comum que Jenkins afirma: " consumidores comuns assumem não apenas em aceitar a convergência, mas até em guiar o processo".  E ainda: a inteligência coletiva pode ser vista como uma fonte alternativa de poder midiático.
         Conclui-se que o poder sobre a mídia está se descentralizando e hoje em dia podemos ter um olhar mais crítico sobre o que nos é apresentado e podemos procurar as informações verdadeiras comparando-as. O telefone celular que convergiu com máquina fotográfica e filmadora, mesmo que por tempo limitado, estão em todos os lugares e quando estão no momento certo e na hora certa podem captar imagens incríveis. É a história do cidadão comum que com suas imagens pode denunciar, testemunhar, ou retratar um fenômeno da naturaza. E esse poder nos foi dado pela indústria da tecnologia digital. E para o uso dessa tecnologia temos que ter responsibilidade e ética ou com certeza se usarmos para fazer mal pode se voltar contra nossa privacidade ou sermos enquadrados em leis que estão a se construir junto com essa evolução informacional.

Referência: Henry Jenkins, Cultura das Mídias
Resenha: Sâmia Lopes de Oliveira 
                          

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